terça-feira, 15 de abril de 2014

Museu Imperial ganha certificado da Unesco para fotos tratadas em parceria com a Funarte

Coleção Sanson de fotografias, pertencente ao acervo do Museu Imperial/Ibram, em Petrópolis (RJ) foi contemplada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), com o certificado do programa Memória do Mundo, no dia 27 de março, quinta-feira, no Arquivo Nacional – Rio de Janeiro. Mais de dois terços das peças do acervo premiado foram tratadas graças ao treinamento fornecido pelo Centro de Conservação e Preservação Fotográfica (CCPF) da Fundação Nacional de Artes – Funarte. O Centro também reproduziu as imagens, em negativo fotográfico.
O conjunto de fotos do início do século XX, foi incluído pela Unesco no Registro Nacional do Brasil, como patrimônio cultural brasileiro.
O trabalho, supervisionado pelo CCPF/ Funarte, foi realizado com 999 imagens, parte do conjunto de 1.374 positivos estereoscópicos em vidro da coleção, cujas peças datam do período de 1900 a 1930. No sistema utilizado nas chapas, as imagens estereoscópicas eram produzidas em pares de fotos de uma mesma cena, que, vistos ao mesmo tempo num visor binocular apropriado, produzem a ilusão da tridimensionalidade. O tratamento das fotografias, concluído em 2009, envolveu o treinamento, por parte do CCPF de uma servidora do Museu Imperial, Maria Isabel Ribeiro Lenzi, e foi realizado com o acompanhamento técnico e a supervisão permanente desse centro da Funarte. As imagens foram reproduzidas em negativos pelo servidor da Fundação Richam Samir Sobh.
A coleção, que reúne trabalhos do fotógrafo amador Octávio Mendes de Oliveira Castro, retrata a vida doméstica e privada de uma família aristocrática, com seus passeios, viagens e eventos sociais. Isso se junta a registros de importantes eventos, ocorridos no Rio de Janeiro, como a grande Exposição Nacional (1908) e a Exposição Internacional (1922), além de documentar transformações arquitetônicas do Rio de Janeiro, como a construção de praças e edifícios, bem como e a abertura de estradas de ferro e de rodagem em diferentes partes do país.
“Celebramos essa parceria com o Museu Imperial, importante para a preservação do patrimônio cultural brasileiro, com a realização do tratamento de conservação fotográfica da Coleção Sanson. Parabenizamos as equipes envolvidas”, assinala Sandra Baruki, coordenadora do CCPF/Funarte.
Sobre a coleção e sobre a estereoscopia
Octávio Mendes de Oliveira Castro era filho do barão de Oliveira Castro, industrial e figura proeminente do Império do Brasil, e genro do renomado engenheiro João Teixeira Soares, responsável por inúmeras construções de estradas de ferro. O fotógrafo teve o privilégio de observar e documentar as realizações de seu sogro, bem como as propriedades da família, com suas edificações, festejos, empregados e animais; as viagens no Brasil e no exterior; os eventos cívicos, políticos e religiosos; o desenvolvimento urbano e, principalmente, a vida social, com seus hábitos e costumes no início do século XX. “A ‘Coleção Sanson’ documenta a natureza exuberante do país e o desenvolvimento arquitetônico, urbanístico e paisagístico de diversas cidades do Brasil e do exterior sob o olhar sensível de um apaixonado fotógrafo amador”, descreve o Museu Imperial. O acervo foi doado à instituição, em 2005 e em 2009, pelo casal Luiz Alberto de Sanson e Maria Lúcia David de Sanson, descendentes do autor.
As chapas estereoscópicas da coleção foram criadas através do sistema Verascope, um equipamento padronizado, que integrava o filme em chapa de vidro, a câmera e o visor estereoscópico, lançado em Paris (FR), em 1893. O Museu Imperial acrescenta que “As chapas têm um valor excepcional pelo pioneirismo técnico que possibilitou a popularização da fotografia no Brasil e no mundo, tornando-se um objeto de pesquisa”.
Sobre o acervo, o Museu Imperial e as premiações da instituição
Os pesquisadores podem ter acesso aos documentos no Arquivo Histórico do Museu Imperial. As consultas devem ser agendadas com, no mínimo, dois dias de antecedência pelo e-mail mimp.arq.historico@museus.gov.br ou pelos telefones (24) 2233-0327 e 2233-0315. Parte da coleção também pode ser consultada no site www.museuimperial.gov.br, no link do Projeto DAMI (Digitalização do Acervo do Museu Imperial).
Pela primeira vez uma instituição brasileira é agraciada com registros nos três níveis do Memória do Mundo. O Museu Imperial/Ibram recebeu certificado para as obras: Coleção Sanson, no Registro Nacional; A Guerra da Tríplice Aliança: representações iconográficas e cartográficas, no Registro Regional (América Latina e Caribe) – em candidatura conjunta, com mais oito instituições; e o Conjunto documental relativo às viagens do imperador d. Pedro II pelo Brasil e pelo mundo, no  Registro Internacional, equivalente ao prêmio de Patrimônio da Humanidade. É a primeira vez que uma instituição brasileira é agraciada com registros nos três níveis do Programa, em um mesmo ano.
Fonte:http://www.funarte.gov.br/artes-integradas/museu-imperial-ganha-certificado-da-unesco-para-fotos-tratadas-em-parceria-com-a-funarte/

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Procuram-se estudantes!!! Além do mico-leão-dourado e do lobo-guará, outro mamífero tropical parece caminhar para a extinção.

Diz-se que uma espécie encontra-se ameaçada quando a população decresce a ponto de situá-la em condição de extinção. Tal processo é fruto da exploração econômica e do desenvolvimento material, e atinge aves e mamíferos em todo o planeta. Nos trópicos, esse pode ser o caso dos estudantes. Curiosamente, enquanto a população de alunos aumenta, a de estudantes parece diminuir. Paradoxo? Parece, mas talvez não seja.
Aluno é aquele que atende regularmente a um curso, de qualquer nível, duração ou especialidade, com a suposta finalidade de adquirir conhecimento ou ter direito a um título. Já o estudante é um ser autônomo, que busca uma nova competência e pretende exercê-la, para o seu benefício e da sociedade. O aluno recebe. O estudante busca. Quando o sistema funciona, todos os alunos tendem a se tornar estudantes. Quando o sistema falha, eles se divorciam. É o que parece ocorrer entre nós: enquanto o número de alunos nos ensinos fundamental, médio e superior cresce, assombram-nos sinais do desaparecimento de estudantes entre as massas discentes.
Alguns grupos de estudantes sobrevivem, aqui e acolá, preservados em escolas movidas por nobres ideais e boas práticas, verdadeiros santuários ecológicos. Sabe-se da existência de tais grupos nos mais diversos recantos do planeta: na Coreia do Sul, na Finlândia e até mesmo no Piauí. Entretanto, no mais das vezes, o que se veem são alunos, a agir como espectadores passivos de um processo no qual deveriam atuar como protagonistas, como agentes do aprendizado e do próprio destino.
Alunos entram e saem da sala de aula em bandos malemolentes, sentam-se nas carteiras escolares como no sofá de suas casas, diante da tevê, a aguardar que o show tenha início. Após 20 minutos, se tanto, vêm o tédio e o sono. Incapazes de se concentrar, eles espreguiçam e bocejam. Então, recorrem ao iPhone, à internet e às mídias sociais. Mergulhados nos fragmentos comunicativos do penico digital, lambuzam-se de interrogações, exclamações e interjeições. Ali o mundo gira e o tempo voa. Saem de cena deduções matemáticas, descobertas científicas, fatos históricos e o que mais o plantonista da lousa estiver recitando. Ocupam seu lugar o resultado do futebol, o programa de quinta-feira e a praia do fim de semana.
As razões para o aumento do número de alunos são conhecidas: a expansão dos ensinos fundamental, médio e superior, ocorrida aos trancos e barrancos, nas últimas décadas. A qualidade caminhando trôpega, na sombra da quantidade. Já o processo de extinção dos estudantes suscita muitas especulações e poucas certezas. Colegas professores, frustrados e desanimados, apontam para o espírito da época: para eles, o desaparecimento dos estudantes seria o fruto amargo de uma sociedade doente, que festeja o consumismo e o prazer raso e imediato, que despreza o conhecimento e celebra a ignorância, e que prefere a imagem à substância.
Especialistas de índole crítica advogam que os estudantes estão em extinção porque a própria escola tornou-se anacrônica, tentando ainda domesticar um público do século XXI com métodos e conteúdos do século XIX. Múltiplos grupos de interesse, em ação na educação e cercanias, garantem a fossilização, resistindo a mudanças, por ideologia de outra era ou pura preguiça. Aqui e acolá, disfarçam o conservadorismo com aulas-shows, tablets e pedagogia pop. Mudam para que tudo fique como está.
Outros observadores apontam um fenômeno que pode ser causa-raiz do processo de extinção dos estudantes: trata-se da dificuldade que os jovens de hoje enfrentam para amadurecer e desenvolver-se intelectualmente. A permissividade criou uma geração mimada, infantilizada e egocêntrica, incapaz de sair da própria pele e de transcender o próprio umbigo. São crianças eternas, a tomarem o mundo ao redor como extensão delas próprias, que não conseguem perceber o outro, mergulhar em outros sistemas de pensamento e articular novas ideias. Repetem clichês. Tomam como argumentos o que copiam e colam de entradas da Wikipédia e do que mais encontram nas primeiras linhas do Google. E criticam seus mestres, incapazes de diverti-los e de fazê-los se sentir bem com eles próprios. Aprender cansa. Pensar dói.
Fonte:  http://www.cartacapital.com.br/revista/794/procuram-se-estudantes-7060.html

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Colegiado Setorial de Arquivos

 

 


Entre os dias 8 e 9 de abril, aconteceu a primeira reunião de 2014 do Colegiado Setorial de Arquivos do Ministério da Cultura, no Edifício Parque Cidade Corporate, em Brasília-DF. Na pauta, as discussões da primeira versão do Plano Setorial. A mesa de abertura contou com a presença do Secretário Geral do CNPC, Bernardo Machado, da Representante da Fundação Casa Rui Barbosa, Lúcia Maria Velloso e do Representante Nacional do Setorial de Arquivos, Rodrigo Duarte.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Arquivo Público Estadual realiza Inventário histórico em Nova Andradina e Três Lagoas

A Fundação de Cultura do governo de Mato Grosso do Sul, através do Arquivo Público Estadual, realiza entre os dias 7 e 11 de abril o “Inventário dos Acervos Documentais da História dos Municípios e do Estado de Mato Grosso do Sul” com o levantamento dos acervos históricos de Nova Andradina e Três Lagoas.

A equipe formada pelas historiadoras Áurea Coeli e Lira Dequech realizará levantamentos, reuniões e treinamentos em instituições públicas dos municípios. O projeto registrará através de inventário os documentos da nossa historiografia desde a fundação da primeira vila, incluindo os das gestões atuais considerados de conteúdo histórico e que não podem sofrer descaso ou descarte.

O Inventário propõe uma parceria com os municípios no levantamento e registro da massa documental produzida pela administração pública. A partir desta ação os gestores poderão visualizar com clareza a situação real da documentação e traçar diretrizes para a gestão, preservando a memória. Não há intenção de recolher os documentos ao Arquivo Público Estadual, pois, permanecendo no lugar que lhe deu origem, seu valor terá uma dimensão especial.

Fonte: http://www.jornaldiadia.com.br/news/noticia.php?Id=22287#.Uz094lfquM8

Arquivo Público inicia treinamento para digitalização de jornais

A Superintendência do Arquivo Público de Uberaba deu início ao treinamento para o restauro e a digitalização dos jornais que fazem parte do acervo do Arquivo Público. Participaram do treinamento, 12 pessoas, dentre funcionários do arquivo, técnicos do Arquivo Público Mineiro, coordenador do projeto e cinco alunos dos cursos de História e Letras da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Os alunos integram o projeto como bolsistas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
O treinamento foi ministrado pelo técnico da multinacional Scan, Maximilian Adelmann, e faz parte do “Projeto Hemeroteca Digital”, que está sendo implantado em Uberaba em parceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e Arquivo Público Mineiro , tendo como coordenador o historiador Bruno Silva Martins. O projeto visa à criação dos laboratórios de digitalização e restauração de documentos para digitalizar todo acervo dos jornais e documentação. “O projeto de digitalização será realizado pelo período de um ano. A intenção é de que, no futuro, possamos oferecer cursos aos funcionários dos arquivos públicos da região para nortear os conhecimentos técnicos da nossa área. Uberaba está se tornando um polo regional de documentação e vai trabalhar em prol dos Arquivos Públicos da região”, explicou a superintendente do Arquivo Público, Marta Zednik de Casanova.
O projeto da Hemeroteca visa, inicialmente, digitalizar os jornais da cidade como Jornal da Manhã, Jornal de Uberaba, Lavoura & Comércio e Gazeta de Uberaba. Posteriormente, o trabalho será estendido a todo o acervo do Arquivo Público, como atas da Câmara Municipal, documentos do cartório e os arquivos antigos, como a Carta da Sesmaria de 1989.

Fonte: http://www.jornaldeuberaba.com.br/cadernos/cidade/11190/arquivo-publico-inicia-treinamento-para-digitalizacao-de-jornais