Patrimônio Cultural: Carnaval

História do Carnaval de Pernambuco









Hildo Leal da Rosa *

O Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano – APEJE, criado pelo Decreto Estadual nº 1.265 de 04 de Dezembro de 1945, órgão central do SAEPE- Sistema de Arquivos do Estado de Pernambuco, em seus 59 anos de existência, é o fiel depositário da memória histórica – administrativa pernambucana, tendo sob sua guarda, um rico e valioso acervo que se destaca como o terceiro maior conjunto documental público do país, datado de 1534 aos nossos dias. Atende a um público diversificado, constituído por pesquisadores locais, nacionais e estrangeiros. Constituem-se, como referência em documentos textuais, impressos, iconográficos, bibliográficos e folhetos raros, plantas arquitetônicas e periódicos.
A partir de uma iniciativa pioneira do Arquivo Público Estadual, e da Companhia Editora de Pernambuco – CEPE, firmada através do convênio de cooperação técnica entre as duas instituições, o público será contemplado com esta belíssima produção, que trás à luz, parte de nossa memória, ilustrada por imagens inéditas dos carnavais de outrora, em formato digital.
A mostra documental aqui selecionada compõe nosso acervo de jornais carnavalescos dos séculos XIX e XX, enriquecida por uma coletânea de fotografias apreendidas pela extinta Delegacia de Ordem Política e Social – DOPS/PE, hoje sob a guarda do APEJE, pertencente ao prontuário de fotos nº 27.531 SSP/DOPS/APEJE, do então presidente da Federação Carnavalesca de Pernambuco e também radialista Arnaldo Moreira Pinto. O referido conjunto iconográfico, contém preciosos flagrantes do carnaval do Recife da década de 1960, estando agora disponibilizados em CD-ROM, aos pesquisadores e interessados pela cultura e história pernambucanas.
O projeto de digitalização de jornais e fotografias de carnaval, pertencentes ao acervo do APEJE, foi ideia do jornalista Ronildo Maia Leite, então diretor da Instituição. Na atual gestão, tivemos a felicidade de ver o projeto tornar-se realidade, graças à renovação do Convênio de Cooperação Técnica e Administrativa, realizada em novembro de 2003, entre a CEPE e FUNDARPE/APEJE.

A CEPE, através de seu excelente parque gráfico e informático, vem assim, colaborar com o APEJE, na tarefa de preservar e divulgar seu acervo documental. É a tecnologia a serviço da memória! Esse primeiro fruto de trabalho em conjunto, fica devendo à sensibilidade dos técnicos e diretores, da CEPE, sobretudo nas pessoas do seu diretor Presidente, Marcelo Maciel, seu diretor de gestão, Altino Cadena e seu diretor industrial, Rui Loepert. O APEJE e a Memória do Povo Pernambucano ficam-lhe agradecidos.

* Historiador e Técnico em Arquivo do APEJE.


O frevo é música irmã 
gêmea do dobrado.
É quase um hino nacional.
Ronildo Maia Leite (*)

Se não exagero muito, o carnaval do Recife e Olinda é uma bolha gigante. Um inchaço. Estardalhaço, espalhafato, estrebuchamento, estroinice, estrepre, estrugimento. Um estrondo. Superlativo, urbano, suburbano e metropolitano. Incontrolável, incontável. Vasto e único pela facilidade de ser dois num só – que se chocam no xumbrego decente das umbigadas. Se vai descendo a ladeira, é alombado feito um corcunda, esse carnaval de Olinda. Aberto e esparramado feito um polvo, se está nas praças do Recife. Ambos roliços feito sopros de vento, se vão se encaracolando na avenida. Estreitos, se nas ruas apertadas. Pequenos e tricoteados, se penetram a virilha dos becos.
Um escândalo pagão. De fé estrambólica, arre égua, satanás.
Tão grandes esses carnavais, que espremem pra fora os que deles não gostam. Atraem, como as ferraduras imantadas, os que sentem o choque elétrico do passo. E também a raiva e a ira daqueles que não gostam de ver o povo brincando.
Aí, esses dois carnavais ganham a fama de subversivos. Já foram fichados na polícia. Negro que dançasse capoeira ia parar na cadeia. Numa revolução, faz tempo, foram proibidos por decreto. E, na queda da penúltima ditadura, a de 1945, quase era proibido por homens carnavalizados.
Se não estou errando datas, em l894 proibiram o carnaval. Me escapole o tempo, mas acerto nos nomes: contra Floriano Peixoto se arrebentaram a raiva e a fúria da Armada e dos Federalistas. José Mariano e Gonçalves Maia foram presos e levados pra Ilha das Cobras, no Rio. Tempos depois, Mário Sette perguntava:
– Quem teria, em tal ambiente, ânimo de vestir um dominó ou um palhaço?
Por isso, eu andei espalhando ser o passo a dança da briga, a ducha de anseios, marcapasso de antigas lutas libertárias. Vem do tempo em que se matava português com rabos-de-arraia. Com as pernas, com os braços, com a cabeça – armas fatais da capoeira, que, por sinal, é invenção recifense e não baiana. Ou se espetava barriga de galego com a haste de guardas-chuva e sombrinhas, que nada têm a ver com o equilíbrio dos passistas, mas com o ódio mortal ao colonizador.
Primeiro, proibiram o mais gostoso do Entrudo, a lima-de-cheiro, um costume português cheio de frescura: um ovo de cera cheio de água perfumada que estourava na roupa das pessoas.
Não deu outra: o recifense passou a encher as ditas limas-de-cheiro com água-forte e drogas venenosas.
O Imperador arretou-se. No carnaval de l863, o delegado do Primeiro Distrito do Recife baixou edital proibindo qualquer brincadeira com água e punindo com uma semana de cadeia os que utilizassem as limas-de-cheiro envenenadas.
Depois, proibiram a dança da capoeira. E quem dançava capoeira? Os moleques de rua, à frente das bandas militares – do Quarto Batalhão de Artilharia, o Quarto, e do Corpo da Guarda Nacional, o Espanha.
O povo tomou partido. A torcida se organizou contra a banda dos portugas: se vier, morre! Armados de cacete, faca e punhal, mas sobretudo confrontando-se nos golpes de pernas, cabeça e braços. Pernambuco fervia.
O Recife era um foco de agitação. O povo queria expulsar os portugueses, pregava a República, a liberdade dos escravos. Prisões, fuzilamentos. No corso marcial, sempre ficava um português com a barriga afolozada.
A história é comprida demais para se contar aqui. O fato é que terminaram proibindo também a capoeira, a dança de lascar. O povo começou a pinotar os dobrados marciais, as marchas de passeatas e desfiles.
Lá vem a marcha fervendo! O povo não sabia dizer fervendo. Dizia frevendo. Daí a corruptela bacana: de frevendo, saiu frevança. E de frevança, frevo. E, do frevo, a dança da peste que é o passo.
Na dança do frevo, até o estandarte vira arma de luta. Pra enganar a polícia, os capoeiras camuflaram requebros, inventando a nova coreografia à frente das bandas militares, já agora a serviço dos primeiros clubes. Por isso, o frevo é irmão gêmeo do dobrado. É quase uma música cívica. Metálica nos pistons, na gargalhada geral das clarinetes e no gemido soturno dos trombones e bombardinos.
Nelson Ferreira costumava dizer: toquem mais ligeiro o Hino Nacional. Pois é. Experimentem. Ponham nele o chamego das tubas, o som bélico das cornetas. O acode-aquieta das requintas e saxofones. Ponham trompas e taróis. Sobretudo os metais.
Se de novo não estiver exagerando: a dança vira, então, uma dança dramática. Quase um guerrear de passos. O dobradiças, o saca-rolhas, o parafuso, o de bandinhas, são, todos eles, passos de arenga, pra arrebentar. Em todos eles, o passista se curva, se abaixa, rodopia num pé. Adianta uma das pernas, joga o ombro pra frente, à esquerda, à direita. Se põe de cócoras, levanta os braços, estica o bucho, espicha a barriga. Dá grandes saltos mortais. Imortais
Um mamulengo?
Não.
O grande capitão da alegria. Que nenhuma revolução conseguiu reformar.


Um padre malandrão comandou
a guerra contra o carnaval.
O inferno de Momo
Pois saibam, além do mais, que desses saltos grandes e soltos e livres e loucos e louvados também morriam de medo os ditadores de 45.
No fim da 2ª Guerra Mundial, arengueiros jornalistas combatiam o Estado Novo. Furavam o cerco do Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda discutindo os problemas da cidade. Atiçavam a alma da cidade.
Nas entrelinhas, responsabilizavam a ditadura pela miséria do povo. Quando nada, ligavam o comportamento popular aos problemas de fim de guerra e à necessidade de uma democracia urgente.
Discutia-se os problemas do recifense. O carnaval era um deles.
“Como justificar-se que, nestes dias de dor, de luto e miséria para a humanidade, se leve a efeito a realização do carnaval já condenado pela opinião pública do país” – protestava, em editorial de primeira página, A Gazeta, semanário catolicão dirigido pelo cônego Jerônimo de Albuquerque.
Esse tal de Dom Jerônimo – que Deus o tenha em bom lugar – era Vigário Geral da Paróquia da Boa Vista. Irmão legítimo vinha a ser – que Deus o perdoe – do antigo delegado de polícia Apulchro de Assumpção. Truculento e brabo. Mais assanhado do que satanás com a unha encravada.
Pois bem. A Gazeta vinha em apoio – e envenenava a tese - do chefe de polícia do Distrito Federal, o famigerado Coriolano de Gois, que permitia o carnaval nos clubes, sem máscaras, e proibia o corso. Pretextava, o sacana, economizar gasolina quando, no duro, perseguia os chamados agentes subversivos. Pra ele, a KGB recifense usava máscaras de palhaço. Nem precisava. Ordenara, o meliante chefe de polícia, que os clubes se fechassem ao “frevo, pois se trata de uma dança muito violenta, que tem dado lugar a muitos incidentes”.
Cachorróide. Aqui, ó, ó...
Fundador da Federação Pernambucana de Carnaval e defensor intransigente da música pernambucana, Mário Mello respondeu à altura, dia seguinte, pelo Jornal Pequeno:
– Todos os anos, os inimigos do carnaval põem a máscara de fora, procurando pretexto que impeça o entretenimento popular. Um, o mais batido, já não provoca efeito: o carnaval tem suas origens no paganismo. No ano passado, não tínhamos soldados em guerra e não era possível fazer-se carnaval de rua, podendo, no entanto, ser permitido nos clubes. Traduzindo: a gente de colarinho e gravata, que bebe champanhe e gin, pode embriagar-se nos clubes, mas os pés raspados, que trabalham no duro, não!
Essa arenga de Mário queria dizer o seguinte: a cidade emburacava noutra guerra – a guerra dos costumes. De um lado, Mário Mello, Napoleão Bezerra e Antônio Pereira da Costa, este último presidente de Prato Misterioso, tradicional clube de frevo do Recife. Do outro, Dom Jerônimo, o poeta Austro Costa e o engenheiro Amaro Belo.
Retóricos, os almofadinhas não admitiam que o povo se atirasse ao frevo, enquanto no front de guerra nossos irmãos se batem denodadamente pela causa das Nações Unidas. Onde já se viu tanta baboseira, camaradas?
Uma tarde, 9 de janeiro, Mário Mello entra no Café Lafayette, esquina da Rua do Imperador com a lº de Março, centro de todas atenções políticas, econômicas e sociais do Recife. Braços para o alto. Cabelos desgrenhados. À mão, como quem carrega um porrete, levava o exemplar do dia do Jornal do Commercio com a sua Crônica da Cidade. Grita em corpo oito, itálico, três colunas:
– Deixou de haver algum banquete ou recepção festiva às altas personalidades por motivo de guerra?
A palavra entusiasta do jornalista assanha a alma religiosa do Cônego:
– São Paulo, que é o Estado mais civilizado do país, está acabando com o carnaval: de ano para ano, cresce o ânimo das pessoas que dão as costas ao tumulto carnavalesco, procurando refúgio nos campos e nas praias. E a mesma coisa vem ocorrendo com a população carioca.
Malandrão, esse padre, tá se vendo. Melou-se na profecia. Acabaram-se os carnavais do Rio e São Paulo? E o daqui, embora outros padrecos insistam em matá-lo?
!Vida e Sonho” era o último livro de versos de Austro Costa. Ele deixa cair os originais sobre a mesa do Lafayete. Como uma cangalha, pincinê de ouro equilibrado na canela da venta. Num pulo de gato, levanta-se o poeta em defesa do confrade de batina. Arranca-lhe das mãos o suado exemplar de A Gazeta. Na parede, um espelho enorme, onde o romântico almofadinha afixou o artigo anticarnaval. Que defendia a tese bombástica do engenheiro Amaro Bello.
Esse Dr. Bello era do Departamento de Fronteiras do Ministério das Relações Exteriores. Viera ao Recife dirigir as obras de construção da Base Aérea do Ibura. Argumentos técnicos. Cheios de números. Austro Costa sublinhou em vermelho os trechos mais fortes:
“Estatísticas abrangendo 20 capitais e 417 cidades do interior do Brasil mostram que, entre desfiles, corsos, ornamentações, carros alegóricos, fantasias, confetes, serpentinas, lança-perfumes, bebidas, clubes organizados e cordões, bailes públicos e privados, bandas de música, combustível, locomoção, excesso de luz, despesas de hospedagem, etc., os poucos dias de carnaval impõem ao brasileiro gastos que montam à incrível soma de Cr$ 887.000.000,00 – ou seja, pela moeda antiga, quase 900 mil contos de réis. Se somente 15 dos 45 milhões de brasileiros, um terço da população do Brasil, gastar em média 100 cruzeiros durante os três dias de carnaval, depare-se com a cifra astronômica de 500 mil contos.”
Dia 2 de fevereiro, a esquina do Lafayete presenciou o desmentido de que carnaval e guerra eram inconciliáveis. Marinheiros do São Paulo, ancorados no porto do Recife, organizam a troça Mimosas na Folia. E desfilam ruidosamente, cantando O Carnaval da Vitória, de Nelson Ferreira e Sebastião Lopes.
Pela primeira vez, o Recife assiste ao desfile, em massa, de homens vestidos de mulher. Musculosos e atléticos, os marinheiros de guerra do Brasil introduziam no carnaval pernambucano um hábito até então absolutamente carioca.
Cruzamento da Rua 1º de Março com a Pracinha. Quando desembocou no largo, parecia ferver aquele mar de gente. O improvisado porta estandarte curva-se respeitosamente diante do Diario de Pernambuco. Dias atrás, eles haviam deixado as bases do Rio de Janeiro para arriscar a vida no mais ameaçado porto do Nordeste, o Recife, sem dúvida, um dos principais antros de espionagem nazista no Brasil.
No porto da resistência democrática, ancoravam também frevo e povo. Alegres prostitutas, de braço com suados estivadores e marinheiros, desceram do cais. O hino de guerra era Vassourinhas, que o povo já havia parodiado em marchas políticas.
Heróicos sutiãs enfiados em varas como patrióticas bandeiras. Dia seguinte, registra o Diario de Pernambuco:
– Na hora de entrar no fogo, serão eles e não os puritanos que enfrentarão os inimigos. Sabeis que o dia da paz está próximo e haveremos de promover incontáveis carnavais, sem precedentes.
Antônio Pereira da Costa, o Antônio Português, partiu irado contra a limitação do carnaval ao recinto apenas dos clubes:
– Ou tudo ou nada!
A Napoleão Bezerra não interessava o tardio reconhecimento do engenheiro. Dedo em riste:
– Queremos um carnaval de guerra!
Antes, no dia 3 de janeiro, ele escrevera violento artigo no Diario de Pernambuco:
– Devemos fazer um carnaval de acordo com a situação que o mundo atravessa. Poderíamos transformar o nosso carnaval num movimento construtivo, um carnaval antifascista, com fantasias, carros alegóricos, críticas e blocos inspirados em motivos políticos, ligados à guerra...
Frenético, Austro Costa salta da mesa:
– Confesso que prefiro ensimesmar-me, retrair-me a sair pelas ruas fantasiado de Hitler...
Napoleão Bezerra arretou-se:
– Se esse poeta quer mesmo falar em nome do povo, passe a fazer versos como os poetas do povo.
Quisessem ou não os puritanos, haveria em 45 os três dias de carnaval. Afinal, os rapazes que lá se encontram, no front italiano, não nos estão dando motivos para tristeza, comentava o editorialista da Folha da Manhã, com Mário Mello denunciando a quinta coluna.
Somente uma vez, em toda a história de Pernambuco, deixara de haver carnaval no Recife. Agora, quem falava era Mário Sette. Artigo no Jornal Pequeno:
– Há quase meio século, em 1889, nos começos da atribulada República, passamos um ano sem haver carnaval. Governava Floriano Peixoto e romperam contra ele as revoluções da Armada e dos federalistas. Prisões, êxodos, fuzilamentos. Detenção de José Mariano, Gonçalves Maia, levados para a Ilha das Cobras. Quem, em tal ambiente, teria ânimo de vestir um dominó ou um palhaço?
Dez de fevereiro, Sábado Gordo, de Zé Pereira, Mário Mello entra no Lafayete cantarolando frevos-canção de Nélson Ferreira:
– Há carnaval, que hoje começa nos clubes, para esbagaçar-se amanhã nas ruas. O quinta-colunismo está organizado, conta com um certo engenheiro, que, aliás, já está de malas arrumadas para o retiro espiritual em recinto fechado.
Olhou de lado. Queria ver a cara dos inimigos de Momo. Agressivo, provocador, ferino:
– Meu receio é que os aliados entrem vitoriosos em Berlim antes da Quarta-feira de Cinzas, porque se a notícia chegar em pleno carnaval, nem quero pensar na sorte das nossas pernas e de nossas cordas vocais.
Quatro dias depois, o jornalista retornaria ao Lafayete. Cheirando a lança-perfume e bafo de bate-bate. Trazia pronto o seu artigo para o Jornal Pequeno, que circularia logo mais, à tarde. Tomou o cafezinho de um gole só, acendeu o cigarro, leu em voz alta:
– Houve carnaval. A derrota do quinta-colunismo foi absoluta. Houve carnaval dos mais animados, o povo divertiu-se e está pronto para receber a notícia da derrota de Hitler. Como também para, dentro em pouco tempo, azeitar as molas da democracia.
O jornal ficava mais à frente, esquina da Rua do Imperador com a Siqueira Campos. Era 14 de fevereiro de 45. Quarta-feira de Cinzas.
As cinzas daqui, as cinzas de lá...
Quando os russos entraram em Varsóvia, não encontraram uma pessoa viva. A capital polonesa era um montão de ruínas fumegantes. Os alemães responderam com a destruição do gueto à sublevação dos mortos-vivos, ocorrida em agosto. A cidade simplesmente deixara de existir. Todos os edifícios históricos reduzidos a escombros, inclusive o Castelo Real, o Palácio Presidencial, o túmulo ao Soldado Desconhecido. E o monumento a Chopin.


(*) Ronildo Maia Leite é jornalista profissional desde 1952. Escreve, aos domingos, a coluna Bom-Dia, Recife no Diario de Pernambuco. Durante 15 anos, a mesma coluna saia no Jornal do Commercio, do Recife. Escreveu 19 livros, entre eles A Cidade Invicta, em dois volumes. No primeiro, intitulado As Fornalhas de Março, fala sobre o Carnaval e a II Guerra Mundial, de onde foi extraído parte da crônica acima divulgada e que está também na antologia História do Carnaval de Pernambuco , editada pela Editora Massangana, da Fundação Joaquim Nabuco. 
































 

 

 
 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 
 

 





 

 

 

 

 

 

 

 

* Todo este material foi publicado em CD-ROM em 2003.

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