sábado, 5 de outubro de 2013

O Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte digitaliza publicações ilustradas de 1910 a 1970



A sede da instituição, no Bairro Floresta, na Região Centro-Sul, o diretor do APCBH, o historiador Yuri Mello Mesquista, mostra os dois tempos dessa história iniciada em 2010. De um lado, estão as coleções da Belo Horizonte, que começou a circular em 1933, quando belo ainda se escrevia com dois eles (bello), Alterosa, nas mãos dos leitores de 1939 a 1964, Vita, impressa em papel cuchê e vendidas por 500 réis em 1913 e muitos títulos, alguns de nomes curiosos, como Flor da terra e pé de moleque (1980). "Na nossa sala de pesquisa, as revistas estão entre os campeões de leitura. Então decidimos fazer um projeto piloto, com o processo de digitalização seguindo as normas do Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), que estabelece parâmetros também para armazenamento e conservação de documentos digitais, e do Arquivo Nacional dos Estados Unidos (Nara)", diz Yuri, certo de que, em qualidade, o trabalho é pioneiro no país. Com as páginas digitais, as publicações originais em papel ficam preservadas, estando livres do manuseio constante, o que pode ocasionar manchas, rasgos etc. Diante da tela do computador, Yuri explica há que há três coleções disponíveis no site www.pbh.gov.br/cultura/arquivo: 50 edições da Bello Horizonte, 68 da Alterosa e de revistas diversas, compreendendo 24 títulos e disponíveis desde 2 de setembro. "O nosso próximo passo será a digitalização de 208 exemplares da Alterosa, doados há dois anos ao Arquivo por um morador de BH".

ORIGEM As coleções da Belo Horizonte foram recolhidas em 1994, na Secretaria Municipal de Cultura (SMC), hoje Fundação Municipal de Cultura; a Alterosa, de fontes diversas, como a SMC e doações, o mesmo ocorrendo com o restante do acervo on-line. "Trata-se um material muito importante e variado, pois mostra a trajetória das artes gráficas e visuais na capital e da evolução do jornalismo. As revistas tratavam de arte, literatura, política, religião, cinema, humor, sociedade e notícias do mundo, como mostrou edição com Hitler na capa", diz o diretor.

Nos anos 1940, o conteúdo das revistas se ampliou, com destaque para a Segunda Guerra (1939 a 1945) e o Estado Novo, período ditatorial em que Getúlio Vargas (1882–1954) governou o Brasil (1937 a 1945). Já a partir da década seguinte, as publicações começaram a dar ênfase aos fatos locais, a exemplo de enchentes, favelização, verticalização, situação que assustava a população, e administração pública. Nos anos 1960, a Alterosa deu uma guinada na linha editorial e se modernizou ao ser comprada pelo grupo do então governador de Minas Magalhães Pinto. O melhor mesmo é apreciar cada detalhe dos exemplares. A publicidade é um capítulo à parte e os profissionais do ramo têm material de sobra a respeito de comportamento, saúde, higiene e da vida em família nas primeiras décadas do século passado. Há anúncios comerciais, como o da chegada dos absorventes íntimos, que aposentaram as "toalhinhas", e os oficiais. Na época da inauguração do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, projetado por Oscar Niemeyer (1907–2012), há 70 anos, houve uma edição da revista  dedicada ao fato. As mulheres tinham espaço garantido nas edições, com espaço para moda, culinária, principalmente receitas, e puericultura (crianças).

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