terça-feira, 15 de novembro de 2011

CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO





Sandra Veríssimo
Historiadora e Mestre em Ciência da Informação

       Em fins do século XIX vários países da Europa e os Estados Unidos estavam na Revolução Industrial como conseqüência de muitas descobertas científicas que apoiaram esta atividade. No início do século XX houve um aumento do número de cientistas no qual trocavam informações entre as instituições de pesquisa, criando inclusive associações internacionais com fins de colaboração entre os países. Em 1931 foi criado um Conselho Internacional de Investigação, mas suas atividades foram suspensas na Segunda Guerra Mundial por conta dos segredos militares e industriais. Logo depois da guerra, já em 16 de novembro de 1946, vinte países assinaram a constituição da Organização das Nações Unidas para a Educação (UNESCO), a Ciência e a Cultura (UNESCO, 2011), em conseqüência do aumento do número dos trabalhadores científicos no mundo e da consciência da necessidade de uma organização científica internacional.
A Ciência da Informação nasceu neste momento em que o aumento considerável do registro do conhecimento no mundo foi caracterizado como “explosão informacional”, existindo assim a necessidade da recuperação da informação, porque esta preocupação não se restringia a uma categoria profissional específica, mas a vários profissionais. Segundo Oliveira (2005, p.13) “a ciência da informação nasceu para resolver um grande problema, que foi também a grande preocupação tanto da documentação, quanto da recuperação da informação, que é o de reunir, organizar e tornar acessível o conhecimento cultural, científico e tecnológico produzido em todo o mundo”.
Os pioneiros que se aprofundaram nos estudos sobre documentação foram dois advogados belgas chamados Paul Otlet e Henri La Fontaine, onde segundo Malheiro & Ribeiro (2008, p.46), criaram um “catálogo que permitiu o acesso por assunto ao conteúdo informacional dos documentos, concretizando um sistema de classificação universal”.
Os estudos continuaram com outros autores que evoluiu da importância do conceito documento para o conceito informação, que para Le Coadic (1996, p.5) “a informação é um conhecimento inscrito (gravado) sob a forma escrita (impressa ou numérica), oral ou audiovisual. A informação comporta um elemento de sentido”.
Portanto, a Informação tem uma relação com o comportamento humano caracterizado pelo desenvolvimento de seu conhecimento e a sua forma de expressão.
 Outro espaço de reflexão da Ciência da Informação são as novas tecnologias da informação e da comunicação também chamadas de TIC que ampliaram a capacidade de produção e distribuição de informações a nível global. Nesta área a Ciência da Informação estuda a organização, o tratamento, a preservação, a disseminação e o uso das informações digitais neste novo paradigma que estamos vivenciando. Inclusive para os profissionais das bibliotecas, dos arquivos e museus, onde se reúnem os centros de memória da sociedade.
Referência:
LE COADIC, Yves-François. A Ciência da informação. Tradução de Maria Yêda F.S. de Filgueiras Gomes. Brasília: Briquet de Lemos, 1996.
MALHEIRO, Armando & RIBEIRO, Fernanda. Das Ciências Documentais à Ciência da Informação: ensaio epistemológico para um novo modelo curricular. 2ª edição. Porto: Afrontamento, 2008.  
OLIVEIRA, M. de (Org.). Ciência da informação e biblioteconomia: novos conteúdos e espaços de atuação. Belo Horizonte: UFMG, 2008.




[1]A história da organização, disponível em: <http:www.unesco.org>, acesso em 18/02/2011.

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